quarta-feira, 18 de julho de 2012

Corpos

                  Faria silencio, só para ouvir aquelas batidas, faria silencio tempo todo, em qualquer momento, em qualquer situação para ouvir aquele sopro liberado pelo teu sorriso. Mas, agora meu corpo grita, é prazer, é gozo, mordidas e apertos, respirações fortes... Mas ainda sim, eu faria silencio. Lembra-te do que tenho aqui, não só corpo, não é só gozo. Lembra-te daquilo que ta cá dentro. Isso que ta escondido, é o que me faz te oferecer tudo isso.
                - Caralho! - é isso que digo assim que terminamos. Aquele corpo duro, firme, nádegas que mais parecem gomos verdes, daqueles toques, gosto do que sabe fazer, do que também tem em mim. Disso que eu gosto.
                - Eu te amo sabia?
                - Eu também, amor!
                - Por quê? - Me pergunta, e esse "por quê" eu venho aos raciocínios, e vejo que não há explicação para o amor. Mas... tento compreender, e o explico.
                - Amo-te não pelo teu corpo, não pelos teus toques, não pelos teus beijos, não pelos teus olhares...  Amo-te pois não sei explicar por que te amo. Nem sei bem explicar o que é amor. Sei que apenas sinto, sei que apenas te amo.
                - É por isso que eu te amo. - Disse sorrindo, e eu não ia perder a oportunidade de saber seus "por quês".
                - Por quê?
                - Por isso, por você ser isso, por você não saber explicar, por você me tornar leigo em amar.

                Lembro-me de todos que passaram, nomes, gestos... Cada um com uma particularidade, via frieza em alguns, calor demais em outros, medo, mas a felicidade, aquela verdadeira felicidade, era meio que raro, minha presença parecia não transbordar nada, via que não seria eu. Eu não entendia aquilo, e um dos erros da minha espécie é simplesmente passar direto nos pontos em que não compreendemos.
                Entendo o que tenho aqui, esse corpo a minha frente, quente e doce. Esse corpo arrepiando-se ao meu toque, excitando-se quando o seguro, em pé ou deitado, nada melhor do que esse corpo suado.
                Podem julgar pela sensualidade das frases, mas realmente, o peso do corpo de que amamos causa isso. E vou transborda-lo.
                Pensamentos ou delírios. Pensar em algo que me tranquilize, minhas extremidades parecem loucas  com sua presença! Mas não, não farei isso, deixa como ta. Apenas o desejo, e vezes não sendo romântico lhe darei alguns delírios de presente. Nada mais justo.
                Deixei parte dos meus lábios naquele corpo, sempre deixo algo, essa é a garantia de volta, e o que não tem explicação, o ofereço. E guardo o que tem por baixo do seu tórax, comigo, para que toda noite eu complete com o meu. Assim, o sinto perto de mim.

sábado, 7 de abril de 2012

Sabe Amor

Sabe amor, isso que sinto é estranho
Muito estranho
Hora me maltrata, e todos julgam com como bom
Hora me faz bem, e todos julgam como mau

Sabe amor, estar frio aqui
É estranho
Muito estranho
Hora sinto que tudo estar apertado em um amplo quarto
Hora sinto que tudo é enorme em um pequeno espaço

Sabe amor, estar claro aqui
Muito claro
Mas hora não vejo nada
E quando escuro
Mesmo muito escuro
Contigo tudo posso enxergar

Sabe amor, isso que sinto é bom
É estranho
É quente
É claro

Sabe amor
Isso que sinto
Pode ser tudo
Isso que sinto
Pode ser pouco

Sabe amor, eu sinto tudo isso
É estranho, muito estranho
É quente, muito quente
É claro, muito claro

Sabe amor, isso que sinto, é amor

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sem Título, Tudo Recomeça

      Puxei até o último milímetro do meu último cigarro, escutando uma música, suave, tentando me acalmar, ao perceber que essa noite, torno a sentir o peso dos meus sentimentos.
       Percebo que no meu dia há pausas, acordo, saio de casa, o sol forte bate em meu rosto, e ao completar parte da minha rotina, volto pra casa, até então, não me sinto ansioso, estou bem tranquilo, mas não paro de pensar, por fim, vou até o seu encontro, e a partir daí,as horas não existem mais, sei apenas a força e o calor dos seus abraços.
       O sentimento de agitação bate em mim, tudo que penso nesse momento está mais que uma loucura em minha mente, sinto que sei tudo, sinto que nada sei, a ingenuidade surge. Sinto que minha vida só estar começando agora, mas meu passado, como o de muitos, é preferível esquecer. Mesmo tendo pouca idade, mesmo assim achava-me preparado pra muita coisa, vejo que sou apenas mais uma criança, indefesa, uma criança que precisa dos braços daquela pessoa de quem gosta, para a envolvê-la em seus abraços e deixá-la segura. Passo a perceber que não consigo mais pensar em nada, absolutamente nada.
       A cada dia, as minhas doses de paciência vão diminuindo. É, isso é bem natural pela minha situação, em natural de quem gosta. Passa tanta coisa em minha cabeça que eu chego a achar que tudo que eu estou escrevendo nessa folha de um  caderno velho, surrado,possa não valer a pena, mas sei que sem ele aqui, é o que me resta realmente a fazer, já que não tenho o calor de seu corpo, seus abraços para me passarem segurança. A respiração é forte, o ar que há em todo o meu meio, não é mais o suficiente para suprir-me. Agora, que estou ansioso, cadê o tal cara? Sinto vontade de gritar!
       Quero que saiba que estou bem disposto a tudo, aqui sozinho mesmo com minha vida tranquila, isso nunca foi o suficiente, quero realmente esquecer de tudo, começar de novo, como se meu coração nunca houvesse sido cortado antes.
       Minha trilha sonora mudou, passo a escutar algo mais agitado, não da pra acalmar mesmo... QUERO GRITAR! Mas iam julgar-me louco! Percebo que esse é um dos piores erros do ser humano, limitar-se pela sociedade que nos vêem como mais um. Isso realmente vale a pena? Todos querem passar por cima uns dos outros, a sede por mais e mais nunca acabar. Somos seres gananciosos, egoístas! Então que se foda,os sentimentos são meus, sei até onde aguento! E torno a dizer que, estou disposto a tudo. Só peço uma coisa, apenas tenha a responsabilidade com o que você quer em suas mãos.
       Lembro que quando estava ao teu lado, com você sobre o meu peito, disse-me que ele, meu coração, batia forte, não muito rápido, forte, que quase chegava a saltar pra fora de mim. Lembro-me que você disse que, se isso acontecesse, você iria guardá-lo, e por aqui eu te respondo, se fosse possível, guardaria comigo o seu, em uma caixinha, para protegê-lo de tudo que o pode afetar.
       Apostei fichas, saiba que eu creio em uma única coisa esse momento, em você. 





quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Contando Passos

       Contar passos, foi o que fiz em todo caminho até aqui, contar passos. Contava: 1, 2, 3... Pensava, perdia a conta. Recomeçava: 1, 2, 3... Perdi meu tempo. Só perdi o meu tempo, eu achava que contado eu iria esquecer, pelo menos por um tempo, já que estava concentrado nos números, mas continuei, e novamente: 1, 2, 3, e... Novamente vi sua imagem. Mais tarde nos vimos, mais tarde de tudo eu soube.
              - Estava com saudades - foi o que me disse, parecia não estar, falou como fosse apenas um costume.  Quem sabe, coisas da minha cabeça.               
       O abracei, senti como se estivesse conhecendo um novo ser, um ser que eu nada sentia, um ser novo para mim, um ser criado por outro ser. Isso me tocava, tocava-me violentamente, de uma forma que eu preferi afastar-me, já que não tinha certeza de com quem eu estava lidando aquele momento.
              - Também estava com saudades, achei até que não fosse mais te ver. - Ironiza eu, mas de alguma maneira, achei mesmo que isso poderia acontecer.
              - Vamos à minha casa, lá poderemos conversar melhor.
              - Mas agora? - Não entendi muito bem o convite. Mas acabei aceitando. - Tudo bem, precisamos de um local mais calmo.
       No caminho, continuei a tentar contar: 1, 2, 3, 4... consegui contar mais, sua presença naquele momento, era como um garantia de que ele estaria sempre comigo. Mas o pensamento: "Nada dura para sempre" vinha a minha cabeça, invadia meus pensamentos, eram agora, esses motivos pelos quais eu perdi a conta. Acabei desistindo de contar e continuei a caminhar com ele.
              - Entra, só n...
      O interrompi - "Só não liga a bagunça" eu sei, eu sei...
      Uma fresta de um sorriso apareceu entre seus lábios, que me excitavam, só em olhar.
      Fui diretamente ao seu quarto, enquanto isso, ele preparava algum lanche, afinal, desde o momento que nos encontramos, não comemos nada. Deitei, me envolvi em seus lenções, o seu cheiro tomava minha superfície, vi que ele estava vindo e logo voltei a sentar-me.
              - Está aqui, suco de cajá, seu preferido. - Recebi a bebida e lhe agradeci com um sorriso. O mais estranho de tudo era que o que me estava parecendo, era que seu novo ser estava deixando-me apaixonado. 
              - Posso te tocar? - Perguntei ingenuamente.
              - Pode. - Simples assim ele me respondeu, com um olhar profundo, como se apenas uma coisa passasse em sua cabeça.
       Com a ponta dos dedos, toquei seus lábios, ele beijou. Senti-me excitado, logo um beijo aconteceu. Ao retirar cada peça de roupa, um arrepio diferente, ao sentir cada forma do seu corpo, um novo prazer, a vontade era evidente em nossas atitudes. E no meio dos nossos atos, sussurros:
              - Eu te amo - Dizia eu, sentindo cada grau do seu calor...
              - Eu te amo - Repeti, enquanto ele só continuava o que juntos começamos...
              - Eu te amo - Mais uma vez, repeti...
      Ao fim de tudo,  com ele ao meu lado, o observo, deitado com o antebraço direito sobre os olhos, ele não dormia, ele pensava, eu tentava adivinhar seus pensamentos, prestava a atenção em cada movimento mínimo do seu corpo. Até que direcionei sua cabeça até meu peito.
              - Seu coração bate forte. E eu...
              - Shhh... Só escute. - E segurava seu corpo junto ao meu, apoiava forte sua cabeça em meu peito.
              - Continua a bater forte. - Dizia ele, com uma lágrima surgindo em seus olhos.
              - Não chores, por favor, não chores! - O pedia, pois sabia que eu sempre fui mais fraco, pois eu não queria perde-lo
              - Calma, sei que esses são nossos últimos momentos juntos, calma, quero que tenhas lembranças felizes nossas!
        Segurava minha mão, segurava como jamais havia segurado. Ele queria proteção, estava perdido e eu também me sentia assim. Ele tinha mais tempo no nosso meio, queria ir embora, ele não queria que eu o visse partir, ele queria que eu lembrasse dele, vivo.
              - Eu te amo, muito! - E algumas gotas deslizavam em seu rosto, atingiam meu peito, tocavam o que tinha dentro, finalmente tocavam a minha alma.
         Eu Respeitei sua decisão, ele se foi, aqui eu fiquei.
         Contava para saber quantos passos com ele eu dei, para saber o quanto com ele caminhei. 

                        
                         
                   

domingo, 9 de outubro de 2011

Quarto Escuro

       Muito se passou desde quando parei de escrever...
       Após o dia do teatro, logo pela manha, uma certa sensação de raiva envolvia-me, eu tentava não pensar em nada, queria apenas esquecer, queria ficar neutro, queria apenas ficar sozinho, queria me perder no meu próprio caminho.
       No momento, encontro-me com as mãos tremulas, algo me aconteceu há pouco tempo, a raiva está deixando-me assim.
       Não dá. Estou aqui, sem inspiração, tentando achar ideias, lembranças, mas minhas mãos ainda tremem, não consigo pensar em nada! Quero apenas que tudo se acalme.
       Caminhando, voltado para casa, sentia uma vontade de escutar sua voz, saber se esta bem, mas eu não podia, não havia como escuta-lo, e continuo a caminhar, até chegar em casa, que sinceramente não era bem o local que eu queria estar, tempos que esse não é meu local preferido.
       No meu quarto escuro, volto a pensar em tudo, no que sinto, no que vi, no que cheguei a perceber, volto a pensar em tudo aquilo que que eu fiz, naquilo que eu deixei de fazer, e aquela sensação de arrependimento vem a tona, deixando-me um pouco chateado, pois só assim aprendi que o melhor não é deixar de fazer e sim arriscar, já que a vida é um risco a se correr.
        Continuo a ser esperançoso, não sei bem se eu deveria ter contado tudo desde o começo, talvez se eu tivesse ficado em silencio, guardado tudo que eu queria, tudo o que eu sentia só para mim, hoje poderia ser diferente. Talvez hoje, eu pudesse toca-lo da forma que eu desejasse, suavemente tocar seus lábios, sua pele, deixar apenas o meu corpo deslizar junto ao dele. Chego a imaginar nós dois, juntos, deitados:
             
           -Sinto frio - diria eu, esperando uma maior aproximação do seu corpo ao meu.
             
           -Sei como resolver isso, vem cá, deita aqui. - diria ele, sussurrando, fazendo-me escutar seu coração bater, calmamente ele seguraria minhas uma das minhas mãos, fazendo-me sentir que ele estaria sempre ali, ao meu lado, deixando-me o proteger quando sentisse medo, deixando-me dele cuidar.


      Mas tudo isso não passa de sonhos, tudo isso fica apenas em meus planos, depois de tudo, eu sei que isso serão sempre desejos meus, planos meus.
      Vou ficar aqui, deitado, trancado em meu quarto escuro, esperando, como eu sempre fico, esperando, com esperanças, sonhando. Já que o sono bateu, sonhando um pouco mais.
               
           -Boa noite.- digo eu a ele, imaginando sua presença ao meu lado, aqui, deitado junto a mim, no meu quarto escuro.

O Convite

       É, essa é a tal peça que vamos assistir... Seria uma boa oportunidade para contar tudo a ele, mas talvez você esteja me impedindo de fazer uma bobagem - dizia ele, com um tom que me parecia conformado. Não sei se era coisa da minha cabeça.
       Tudo bem, eu não vou mais - disse eu, achando que isso seria o melhor a fazer.
       Após uma certa insistência de sua parte, ele me convenceu, mas algo me perturbava, algo queria que eu não fosse, o pensamento de que a situação não me cabia continuava a  assombrar minha cabeça. Calei, acabei indo.
       O encontrei, lá estava ele, junto a quem ele gosta... Novamente a vontade de não seguir junto a eles voltou a assombrar-me, novamente fraco. Continuei a seguir com eles. Percebo, gostam de quando estou perto, talvez porque costumo brinca, falar besteira, correr feito louco, como se eu passasse uma boa energia. Torno a dizer, agir assim é a saída que tenho para tentar melhorar, mas me acabo enganado, ao achar que tudo vai ficar bem.
       Assistimos ao espetáculo, me diverti, momentos esqueci, mas ela era composta por algumas musicas que me fazia pensar, vezes eu perdia a concentração nos atores, parava e tentava observá-lo sem que ele percebesse. Pus as mãos nas minhas pernas, esperava um toque seu, mesmo que brincando eu esperava, que tolo, ilusão minha, isso não passava em sua mente, mas eu, o sonhador, faz outras vezes. Penso novamente: "isso não passa em sua mente" e complemento ingenuamente: "eu acho". Ao fim, não é a mim que ele faz a tal pergunta: "E ai, gostou?" E sim a quem ele observa e eu, o detalhista, novamente torna a dar valor a coisas que diriam: "para de pensar assim, isso não quer dizer nada”.


domingo, 2 de outubro de 2011

Por que não sonhar?

       Respirei fundo... Respirava para aliviar a meu desconforto... Respirava para entregar ao ar minha dor... Mas nada disso adiantava. Já faziam alguns dias isso, cheguei achar até um pouco engraçado. Estranho? Não, penso eu que assim tudo ia melhorar... Mas não. Eu acreditava que tudo ia ser como planejado, mas não, mas não, mas não.
       Eu creio que meu erro sempre foi e será acreditar, continuar acreditando, mesmo que tudo que eu construa desmorone, mesmo o que vai acontecer com meus sonhos, mesmo até sabendo o fim.
       Faziam alguns meses que o observava, alguns meses que sentia uma tal vontade, mas não ligava para isso, não o conhecia, nem sabia o que gostava de fazer. Talvez não houvesse como conhece-lo... Decidi não olhar, decidi não mais nisso pensar. Quem me escuta ao falar isso, acha que eu estava apaixonado, mas não, apenas gostava de o observar. Um tempo passou, olhava para outros, cheguei a apaixonar-me por um, amei. Sofria com as situações de tal romance, tive medo de que chegasse ao fim, e esse me deixou só, acabou.
       Agora meu medo é que tudo que eu sentia por um, seja lançado como uma flecha nas mãos de outro, mas quero que ele não se preocupe, essa flecha não machuca, ela se encontra partida, ela procura proteção no peito de alguém. E pensamentos continuam a assombrar-me mais e mais, pois sei que seus sentimentos talvez não sejam meus. Vejam, " TALVEZ", e eu continuo a acreditar, continuo a sonhar. Que tolo.

                Não sei o que me resta, até agora, bem me quer ou mal me quer? Já que eu bem te quero.